Como você sabe, as regras para uso de containers na construção civil foram alteradas, recentemente, pela NR 18. A norma estabelece todos os procedimentos que devem ser observados para garantir a segurança e a saúde dos colaboradores.
Segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (SmartLab), entre 2012 e 2018, o setor da construção civil registrou mais de 97 mil acidentes de trabalho.
Entre outros pontos, o relatório também apontou que os trabalhadores do setor sofrem com questões como o desconforto térmico ao trabalharem em containers, muito utilizados como escritório, almoxarifado e vestiário.
A seguir, explicaremos melhor a NR 18 e quais são as novas regras para uso de containers. Vale ressaltar, que as empresas da construção civil devem cumprir todas as demais NR’ s pois elas são complementares.
O que diz a NR 18?
Além de estabelecer novas regras para uso de containers, a NR 18 visa garantir a segurança e promover a saúde dos trabalhadores do setor da construção civil.
A NR 18 normatiza diversos procedimentos, desde o processo de montagem do canteiro de obras até a execução da obra. Além disso, estabelece como implementar medidas de segurança e saúde nos demais setores da indústria da construção civil, como o administrativo e o financeiro.
Ou seja, a NR 18 determina como as edificações que abrigam os funcionários devem ser construídas e quais procedimentos devem ser observados.
Entre as atividades que devem observar a norma, vale destacar os serviços de demolição, reparo, pintura, manutenção, limpeza e construção de grande ou de pequeno porte. Projetos de paisagismo também devem observar as especificações da NR 18.
E sobre as novas regras para uso de containers: o que diz a norma?
Quer conhecer outra característica da mudança nas regras para uso de containers? Como dissemos, a NR18 visa garantir condições de trabalho que preservem o bem-estar dos colaboradores da construção civil, minimizando riscos e evitando acidentes.
Infelizmente, muitos projetos são realizados sob condições precárias e sem observar requisitos mínimos de segurança.
Além disso, a NR 18 estabelece que as empresas deixem de utilizar containers como área habitável, ou seja, essas estruturas não podem mais ser utilizadas como escritório, vestiário, alojamento ou como sala de reuniões pelos trabalhadores da construção civil.
Antes da publicação das novas regras para uso de containers, para utilizar essas estruturas a empresa precisava emitir um laudo técnico, assinado pelo engenheiro responsável.
O documento se fazia necessário já que os containers marítimos podem ser utilizados para transportar materiais químicos, radioativos ou produtos que oferecem risco biológico.
Porém, converter containers em habitação pode colocar em risco a saúde de quem trabalha, vive ou convive nesses espaços. Por isso, ao proibir a presença humana nessas estruturas, a intenção da portaria foi garantir a saúde dos trabalhadores.
Vale ressaltar que os containers também não devem ser transformados em residência, pois isso pode colocar em risco a saúde dos moradores.
Fique atento! A NR 18 é extensa e dividida de acordo com as atividades desempenhadas. Por isso, sempre que qualquer procedimento for implementado, é preciso consultá-la.
Quando a NR 18 entra em vigor?
A NR 18 entrou em vigor em fevereiro de 2021. No entanto, algumas normas apresentam prazos diferentes para que as empresas possam se adequar.
Em relação às novas regras para uso de containers (carga), a NR 18 estabelece prazo de 24 meses para que as empresas deixem de utilizar essas estruturas como área habitável em projetos da construção civil.
Quais passos a empresa deve observar no cumprimento da norma?
Alguns pontos devem ser seguidos pelas empresas da construção civil:
1. Comunicar o início das obras na Delegacia Regional do Trabalho
A NR 18 estabelece que a empresa comunique o início das obras na Delegacia Regional do Trabalho.
O documento apresentado deve conter as seguintes informações: endereço da obra, tipo, qualificação do contratante, nome do empregador, número de empregados, data de início e término.
2. Elaboração do PCMAT
É preciso elaborar o PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção).
A elaboração e o cumprimento do programa devem ser observados por todas as empresas com mais de 20 trabalhadores.
Além dos aspectos da NR 18 que ditam as novas regras para uso de containers, o PCMAT deve contemplar os demais dispositivos complementares de segurança.
O documento deve ser elaborado por profissionais legalmente habilitados e permanecer no local da obra para que possa ser consultado pelos fiscais do trabalho. Os seguintes documentos integram o PCMAT:
- memorial das operações que serão realizadas, os riscos de acidentes e as doenças de trabalho que podem estar relacionadas com as atividades executadas. Além disso, o documento deve apresentar as medidas preventivas;
- cronograma de implantação de todas as medidas previstas no PCMAT, como a observância das regras para uso de containers;
- projeto de execução que exiba as medidas protetivas tomadas para garantir o bem estar e a segurança dos trabalhadores;
- especificação técnica das proteções coletivas e individuais que serão utilizadas durante a obra.
3. Criar a CIPA da empresa
Além de estabelecer novas regras para uso de containers, a NR 18 estabelece a criação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
As empresas que atuam no setor da construção que tiverem mais de um projeto na mesma cidade, com pelo menos 70 empregados, podem centralizar a CIPA.
Nesse caso, a comissão será composta de um representante da empresa e um dos empregados. É preciso contar com pelo menos um suplente para cada cargo, caso a empresa tenha mais de cinquenta empregados. O critério de paridade deve seguir as normas estabelecidas na NR 5.
A empresa que tiver mais de 70 empregados trabalhando em cada canteiro deve organizar uma CIPA para cada um deles.
Caso o projeto tenha curta duração, ou seja, dure menos de 180 dias, a empresa está desobrigada a constituir a CIPA. No entanto, é preciso organizar uma comissão provisória de prevenção de acidentes com um membro efetivo e um suplente para cada grupo de cinquenta funcionários. Nesse caso, a empresa também deve observar as regras da NR 5.
4. Identificação de riscos
Para atender as normas mencionadas é preciso identificar os riscos presentes no canteiro de obras.
No entanto, mais importante do que ter os documentos em mãos e constituir a CIPA é garantir a segurança de todos os trabalhadores da empresa.
Com a implantação de novas regras para uso de containers, a construção modular surge como alternativa para as empresas do setor da construção civil. A fabricação acontece na indústria (off site) e a montagem é feita no destino final (on site) de forma semelhante ao encaixe de blocos de Lego.
Assim, diferentes partes do projeto podem ser construídas simultaneamente, ou seja, enquanto a infraestrutura é montada no local, banheiros, cozinhas e lavanderias são produzidos na fábrica.
Construção modular: o que é e quais as vantagens desse método?
A construção modular pode ser utilizada na construção de casas, comércios, clínicas médicas, escolas, aeroportos e muito mais.
Como dissemos, após finalizados, os módulos fabricados na indústria são transportados até o destino final onde a montagem é feita de forma planejada e segura. O processo explora técnicas avançadas de logística e integra a cadeia de valor.
Pode ser utilizada tanto em projetos simples quanto em construções mais elaboradas. A repetição de estruturas como banheiros e cozinhas permite a criação de “pods” que contam com os mesmos elementos das construções tradicionais. O objetivo é agilizar e racionalizar o projeto.
Durante a montagem, diferentes detalhes arquitetônicos podem ser acrescentados para que o projeto se torne único e atenda as especificações dos compradores.
Quais as vantagens da construção modular?
Produção eficiente
Quando o assunto são as novas regras para uso de containers, vale observar que a construção modular é muito eficiente.
Técnicas de logística industrial, o uso de componentes pré-fabricados e a utilização de módulos que se encaixam permitem a alta produtividade da produção.
Além disso, a construção modular utiliza pouca mão de obra. Os módulos são produzidos em fábricas, utilizando processos automatizados e soldagem robótica, o que torna a construção modular muito semelhante a montagem automotiva.
O processo de fabricação segue rígidos padrões de qualidade e oferece mais segurança aos profissionais envolvidos do que na construção convencional. Além disso, a construção modular permite escalar a construção ou repetir o mesmo projeto em diferentes locais.
Rapidez de construção
Os módulos desmontados são transportados para o local exato com base em logística just-in-time. A montagem segue as especificações do projeto, no menor prazo possível. Todo o processo é realizado por equipes qualificadas, com equipamentos apropriados.
Os profissionais que atuam na construção modular são responsáveis por diferentes tarefas, o que aumenta a produtividade e reduz o tempo da obra.
Tecnologia e inovação
A construção modular agrega tecnologia e inovação aos projetos. Os módulos obedecem a critérios definidos previamente e permitem a construção de ambientes compactos e equipados com acessórios e aparelhos de ponta.
Assim como nos projetos de engenharia mecânica, a arquitetura modular conta com um projeto de fabricação que visa explorar novas tecnologias nos módulos. Essa etapa tem como objetivo integrar o sistemas inteligentes à construção, tornando-a mais funcional.
Ambiente seguro
Como você sabe, a indústria da construção concentra inúmeras atividades de risco. Já a construção modular oferece condições de trabalho seguras, controladas por rígidos padrões de qualidade.
Além disso, o impacto ambiental, os níveis de ruído e a poluição do ar são muito menores do que de uma construção tradicional.
Flexibilidade
As construções modulares são flexíveis e podem ser utilizadas para atender as necessidades únicas de cada usuário. O design personalizável pode receber novos módulos a qualquer momento para expandir o espaço com novos quartos, salas ou áreas de lazer.
Já em uma empresa, os módulos podem ser agregados para criar refeitórios, escritórios ou vestiários. Os acabamentos, materiais, cores e equipamentos podem ser instalados de acordo com as necessidades de cada cliente, sem atrasar a entrega.
Redução de atrasos
Como os módulos são produzidos em uma fábrica e montados no local onde ficará a edificação, o clima não interfere no processo.
Além disso, não há atrasos na montagem dos módulos e o cronograma da obra é seguido fielmente.
Economia
Construções modulares são mais econômicas que as tradicionais por muitos motivos. Primeiro, não há desperdício de material e a mão de obra é reduzida, o que permite cortar custos.
Na construção modular, a montagem é feita de maneira rápida e precisa com equipamentos que permitem o fácil encaixe de componentes e módulos. O menor tempo de finalização reduz os gastos indiretos.
Além disso, caso as construções sejam destinadas a locação ou a operações de varejo a entrega antecipada se traduz em um maior retorno sobre o investimento.
Baixa geração de ruído
Como os módulos chegam prontos ao local da obra, há redução na movimentação de caminhões, bem como de ruídos e de partículas poluentes no local da obra.
Ou seja, caso o projeto se destine à expansão de uma escola ou de uma empresa, não será necessário suspender as atividades para que a obra aconteça. Todos os ocupantes poderão continuar desempenhando as suas atividades normalmente.
Portabilidade
Na construção modular, em muitos casos, a edificação pode ser desmontada e remontada em outro local. As construções modulares, portanto, podem ser utilizadas como sedes temporárias de algum evento ou para atender a uma demanda específica da população.
Nesse caso, o projeto deve prever a reutilização e contar com peças mais resistentes, adequadas a esta condição. A vantagem nesse tipo de construção é a baixa utilização de matéria-prima, mão de obra e energia. Tudo isso gera impacto positivo direto na sustentabilidade.
Baixo custo de manutenção
A produção controlada e o uso de componentes de alto desempenho na edificação garantem a qualidade e a durabilidade superior. Isso influencia no aumento da vida útil das construções e na baixa necessidade de manutenção.
Além disso, o baixo consumo de água e o maior isolamento termoacústico reduzem o consumo de energia, o que se traduz em eficiência energética. Tudo isso gera economia para os moradores.
Melhor desempenho
Por seguir um criterioso controle de qualidade, os módulos e os componentes da construção modular têm excelente desempenho.
De fato, esse tipo de construção conta com um rígido controle de qualidade e os materiais e insumos utilizados atendem a rígidos padrões de desempenho. Cuidados especiais são tomados para garantir a segurança dos moradores. Além disso, a construção modular ainda pode contar com sistema de proteção contra incêndio e com aparelhos de ar-condicionado.
A indústria da construção modular está em crescimento e busca se adaptar às necessidades das novas gerações que buscam processos ágeis e estruturas confortáveis, com preço atrativo.
Com menos desperdício de material, produção mais rápida e menos erros no processo de fabricação, a construção modular tende a substituir os modelos tradicionais de construção.
A redução da mão de obra necessária para a montagem das estruturas, como dissemos, reduz os custos de forma bastante significativa e um dos fatores é a diminuição dos encargos trabalhistas.
Por fim, vale reforçar que esse modelo construtivo também ajuda a reduzir o tempo de obra e o principal motivo é que as peças pré-fabricadas são projetadas para se encaixarem facilmente com a utilização de máquinas especiais.
Agora que você já conhece as novas regras para uso de containers, que tal descobrir o que são projetos de construção sustentáveis?
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